Oficina RP2 - Continente

Na manhã de 19 de outubro foi realizada uma das duas oficinas de revisão do Plano Diretor na Região de Planejamento 2 (RP2) - a região, que abrange o bairro Arquipélago, foi dividida em dois grupos: continente e ilhas.
Oficina na Região de Planejamento 2 (continente)
Foto: Bruna Suptitz | pensar a cidade


A parte continental da RP2, na Zona Norte de Porto Alegre, abrange os bairros Anchieta, Boa Vista, Cristo Redentor, Farrapos, Higienópolis, Humaitá, Jardim Europa, Jardim Floresta, Jardim Itu (parcial), Jardim Lindóia, Jardim São Pedro, Navegantes, Passo D’Areia, Santa Maria Goretti, São Geraldo, São João, São Sebastião e Vila Ipiranga¹.
Estes 18 bairros representam 7,61% do território de Porto Alegre. Já a região das ilhas representa 9,22% do território - assim, a RP2 compreende 16,83% território de Porto Alegre. Em população, os bairros do continente concentram 12,37% da população da cidade e 0,60% está no bairro Arquipélago - ao todo, a RP2 concentra 12,97% da população da cidade (IBGE, 2010).
Cerca de 20 pessoas participaram da atividade no CTG Vaqueanos da Tradição, no bairro Humaitá, que teve a presença do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade Germano Bremm. Na apresentação dos trabalhos, a servidora Vaneska Henrique sustentou que a revisão do Plano Diretor, “mais que uma obrigação, é uma necessidade devido às mudanças que a cidade passa”.
Após essa primeira rodada de oficinas, a prefeitura prevê a realização de uma segunda fase de atividades nas regiões de planejamento, em que apresentará parecer técnico dos resultados obtidos nas oficinas.

Metodologia
A oficina iniciou às 9h15. Na entrada foi realizado o credenciamento dos participantes e cada um recebeu um número de 1 a 5, correspondente ao grupo do qual faria parte. Antes de iniciar a atividade na RP2, os técnicos orientaram os participantes a se unificarem em três grupos e cada um teve a participação de 2 técnicos da prefeitura para conduzir a atividade.

Oficina na Região de Planejamento 2 (continente)
Foto: Bruna Suptitz | pensar a cidade
A metodologia que segue é igual à adotada na oficina anterior, na RP7. A servidora Vaneska Henrique apresentou o trabalho que seria realizado, o que é o Plano Diretor e porque precisa ser revisado, quais são os objetivos que Porto Alegre pretende alcançar com a revisão, as etapas a serem seguidas e conceitos.
Cada grupo recebeu um grande mapa correspondente à região e, com canetas coloridas, identificaram conceitos no mapa: rosa - pontos de atração e de referência; amarelo - carência de equipamentos de educação, saúde, lazer…; verde claro - caminhos mais utilizados; laranja - locais de interesse cultural; verde escuro - locais de interesse ambiental; azul - carência de água e esgoto, alagamento, foco de lixo…; preto - projetos que impactaram a região; vermelho - problemas habitacionais.
Foram concedidos cerca de 10 minutos para a marcação de cada tema. A conclusão consistia em identificar a vocação da região ou de cada bairro, quais as iniciativas empreendedoras, e definir a região em 3 palavras. Durante a atividade, que durou cerca de 1h30, foi realizado um intervalo para lanche.

Temas recorrentes
Após, cada grupo apresentou suas considerações sobre a atividade e as marcações realizadas no mapa. Embora a orientação dos técnicos para que um participante representasse cada grupo nessa apresentação, praticamente todos os presentes falaram.
Os participantes identificam a região como industrial e, por isso, concentra grande número de pessoas, sejam moradores ou trabalhadores que se deslocam de outras regiões da cidade. Com isso, identificam que aumentou a construção de empreendimentos residenciais, mas sem infraestrutura que acompanhe esse crescimento.
De outros empreendimentos na região, a construção da Arena do Grêmio foi identificada por impactos positivos e negativos: por um lado, possibilitou a geração de emprego e renda, mas os moradores apontam que o bairro não tem infraestrutura para comportar o aumento da circulação.
Um dos pontos apontados como o mais crítico é o alagamento de vias, que dificulta e em alguns casos impede a circulação. A mobilidade também foi um tema recorrente. Para a região como um todo, é apontado o alto fluxo de veículos e congestionamento mesmo nos corredores de ônibus em horário de pico. Foi sugerida a implantação de uma ciclovia na avenida Assis Brasil.
A importância da região foi resumida por esta ser a “entrada” da cidade, seja pelo Aeroporto ou pela ligação com a Freeway, Rodovia do Parque e BR 116. Outros temas, como habitação e saneamento, também foram apontados. No encerramento, o representante da RP2 no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA), Adroaldo Barboza, sugeriu que a prefeitura apresente um “raio x” da última revisão do Plano Diretor, informando o que se buscava e o que foi alcançado.

¹ Definição dos bairros de acordo com a Lei Municipal Nº 12.112/2016 e com a divisão das Regiões de Planejamento.

pensar a cidade é um projeto independente e expressa o interesse que a jornalista Bruna Fernanda Suptitz tem por temas relacionados à cidade e a vontade de fazê-los chegar a mais pessoas por meio do jornalismo

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